Na vida experimentamos diversos tipos de tormentas. Se não soubermos “navegar” nas tempestades da vida, corremos o perigo de nos perder ou de naufragar.
Diante das dificuldades temos duas opções: 1 – Levantamos nossa cabeça e seguimos; 2 – desistimos e imaginamos que Deus nos abandonou, que ele está longe e desinteressado, ou nos castigando por algum mal que praticamos. As pessoas que, diante das dificuldades, optam pelo número “2” buscam soluções com seus próprios esforços. No entanto, mesmo em meio às dificuldades Deus está presente oferecendo o seu braço forte a todas as pessoas.
Por outro lado, não há crescimento sem dor. Muitas vezes Deus quer nos corrigir através de provas. As pessoas que aceitam as tormentas da vida adquirem entendimento e sabedoria. Tornam-se pessoas maduras e cheias de experiências capazes de socorrer outras que estão em dificuldades. Lemos em Hebreus 12.5-11. “Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos. Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, frutos de justiça”. Caro leitor perceba que Deus permite que passemos por tormentas nesta vida, com o objetivo de nos disciplinar. Todo pai que ama o seu filho, também o disciplina.
De todas as tormentas que podem sobrevir ao ser humano a maior de todas elas é, sem dúvida, a morte. Quando Deus criou o ser humano, o seu desejo era de que vivessem em perfeita paz e harmonia com ele. Nenhuma tormenta ou dificuldade existia, inclusive a morte. Deus avisou o ser humano que a morte sobreviria como conseqüência da desobediência à sua vontade. Adão e Eva cederam à tentação e a morte e todo tipo de dificuldade passou a existir. Deus pronunciou as palavras mais tristes que o mundo jamais ouvira: “Porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3.19).
Não é agradável pensar no fato de que teremos que morrer. Por mais que nos preocupemos, não podemos mudar esta realidade. A verdade que nos consola é que Deus é mais forte do que a morte. Deus surpreendeu o mundo inteiro ao devolver à vida o seu Filho Jesus Cristo, ressuscitando-o depois de três dias. Ninguém o quis acreditar, nem mesmo os seus próprios discípulos, mas foi assim que ele estabeleceu a vitória sobre a morte. Com a ressurreição de Cristo foi destruído o mistério e a angústia da morte, porque nele temos a certeza de que também nós ressuscitaremos.
Com esta reflexão estamos finalizando com cinco estudos sobre o tema “As desgraças”. Analisamos vários enfoques que se podem dar à vida e às coisas que nos acontecem no dia-a-dia. Vimos que, ao confiar na sorte, deixamos de ser pessoas racionais e caímos em uma escravidão que nos inutiliza. Por outro lado, analisamos o que acontece com a pessoa que depende do destino: pode converter-se em fatalista acomodando-se ao seu estado atual. Ainda falamos do tipo de pessoa que se considera tão ruim que se convence que Deus nunca poderá perdoá-la e, como conseqüência disso, ela vive uma vida triste e dolorosa, cheia de culpa.
Ainda vimos as razões porque Deus permite que coisas ruins aconteçam. Aprendemos que a culpa não é de Deus, mas do pecado, porque o mundo tornou-se imperfeito, e nele acontecem desgraças. A própria natureza sofre por causa do caos que criamos. A culpa é nossa, e estamos sofrendo as conseqüências. Mas o próprio Deus, em Cristo, nos promete uma nova vida como solução para o desastre que produzimos. Enquanto ainda estamos neste mundo Jesus nos oferece a sua paz, que perdura em meio as tormentas. Com ele podemos aprender a converter as crises em oportunidades de crescimento.
Confiando em Cristo podemos caminhar em paz, apesar das desgraças da vida.
Baseado no livro “As Desgraças” – Hora Luterana
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