Você já imaginou folhear um jornal e não encontrar nenhuma notícia ruim? Isso seria maravilhoso, mas infelizmente encontramos mais notícias ruins do que boas. “Professor universitário encontrado morto a balas”; “Traficantes emboscaram e assassinaram soldado do exército”; “Tremores de terra sacodem o Equador, o Peru e o Chile”. Manchetes como estas fazem com que nos perguntemos: “Por que Deus permite tanta maldade? Por que ele permite que aconteçam coisas ruins a pessoas boas? Será que Deus está de férias?”
É difícil imaginar um Deus de amor em meio a tanto caos e tamanha confusão. Isso tem levado pessoas a duas conclusões: 1 – Deus é cruel: “Tirou-me a pessoa a quem eu mais queria no mundo”; “Ele permite que morram crianças!”; “Ele não cura as pessoas que sofrem!” 2 – Deus não existe: “Se Deus existisse ele não permitiria que o mal acontecesse.”
Em primeiro lugar precisamos lembrar que é difícil compreender a Deus e as suas ações. Assim lemos em Romanos 11.33-36: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os teus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém.” Em segundo lugar precisamos lembrar que Deus se revela em sua Palavra e nos mostra o quanto nos ama e se interessa por cada um de nós a ponto de dar o seu único Filho.
A Palavra de Deus nos diz claramente que ele não quer a nossa desgraça. Foi Deus quem disse: “Mão matarás!”, “Não furtarás!”, “Não cobiçarás!”. Ele nos ordena isso para nos proteger do mal. Muitas desgraças acontecem devido a nossa negligência diante das ordens de Deus. Sofremos, pois sempre haverá alguém que desobedece a Deus.
Mas o que dizer quando Deus permite, por exemplo, o assassinato de uma pessoa inocente? Em primeiro lugar não podemos acusar a Deus dizendo que ele é injusto, pois não temos a menor possibilidade de compreender a magnitude do seu poder e sabedoria. Em segundo lugar podemos e devemos abrir-nos diante de Deus de uma maneira sincera e franca em meio ao nosso sofrimento.
As desgraças que sofremos hoje são conseqüência do pecado, não um pecado particular, mas em razão de toda a maldade de todos nós em todos os tempos. Por causa do pecado as nossas relações foram abaladas: com Deus, conosco mesmo, com as outras pessoas e com a natureza. Existe o caos porque nós mesmos somos os culpados. A sentença justa que Deus ditou, como conseqüência do pecado, foi a de uma existência dolorosa até a morte. Não podemos acusar a Deus e nem cobrar-lhe nada.
Graças a Deus, porém, existimos, e o curso do universo inteiro continua. Cada manhã o sol nasce para todos, a chuva rega toda a terra, e todos os dias nascem novas criaturas. Deus poderia ter destruído tudo, mas não fez isso. Pelo contrário, ele mostra o seu imenso amor para conosco mantendo e preservando dia após dia toda a sua criação. Além disso, o fato de Deus ter enviado ao mundo o seu único Filho Jesus para nos dar a vida eterna, nos dá motivos suficientes para vivermos cada dia com ânimo e entusiasmo.
Aqui neste mundo jamais saberemos as respostas de todas as questões. Sempre permanecerão muitos mistérios e muitas perguntas sem resposta. Mas pela fé no que Deus nos tem oferecido em Cristo, podemos viver em paz e confiantes nas boas promessas de Deus.
Baseado no Livro "As desgraças", de Hora Luterana.
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