sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O azar e o destino

“Eleonora tinha hora marcada com o médico para fazer alguns exames de laboratório. Tinha que se apresentar no consultório às 7:00h da manhã, mas o despertador não funcionou, e ela acabou levantando-se mais tarde. O ônibus que tomou, quebrou, e todos os passageiros tiveram que descer. Sem se dar conta, parou junto à uma poça de água suja, que se converteu em verdadeira desgraça quando um carro, passando por ela, lhe deu um banho dos pés à cabeça. Foi a única pessoa de todo o grupo que ficou molhada. Com raiva disse: ‘Eu sabia que não devia ter saído hoje. Bem que o meu horóscopo já me havia prevenido’.”

Muitas pessoas culpam o azar ou o destino para as mais diversas situações da vida. Crêem que tudo depende do azar ou da sorte, conforme o dia, a época ou a configuração dos astros. Dessa forma, formulam a idéia de que não são nada mais do que simples marionetes do destino e que, por isso, não vale a pena se esforçar para superar os problemas, pois tudo está escrito e ninguém pode controlar o destino.

Para estas pessoas o azar se converte em desculpa quando as coisas vão mal, porque é mais fácil jogar a culpa em alguma coisa ou em alguém, do que assumir a responsabilidade por seus atos. Por outro lado, a sorte pode se converter num excelente amigo quando as coisas saem bem.

Será que o nosso destino está realmente traçado, ou podemos fazer algo para melhorar a nossa situação?

Pode ser que alguém se lembre de Deus quando tudo anda mal. Mas, nessas situações, a maioria das pessoas geralmente duvida que Deus se lembre delas. Agem como se quisessem desafiar a Deus para que ele altere o traçado ruim do destino e seja favorável para com elas.

Não se pode dissimular fatos concretos. Não se pode simplesmente atribuir à sorte as conseqüências do que se fez ou do que se deixou de fazer. Em muitos casos a própria pessoa é responsável pelo seu destino. O Senhor nos diz em Gálatas 6.7-9: “aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna”.

Nós não devemos viver com o desejo e a atitude insaciável de conhecer o futuro e poder manejá-lo. Essa atitude e desejo separa-nos e priva-nos de Deus. Deus conhece perfeitamente as situações pelas quais cada um de nós passa. As Sagradas Escrituras descrevem Deus como terno e compassivo, sempre disposto a alcançar a sua mão ao que necessitam da sua ajuda. Devemos, portanto, confiar naquele que é o Senhor de tudo e que dirige a nossa vida com a sua amorosa mão.

O que dizer a respeito daqueles problemas ou desgraças diante dos quais nada podemos fazer? Deus nos convida a depositarmos em Cristo as nossas preocupações, porque ele se interessa por nós. Somente ele é capaz de resolver situações que para nós são inalteradas.

Jesus não nos promete o primeiro prêmio da loteria, nem promete que tudo dará certo. Pelo contrário, ele nos disse que teríamos que passar por provas e até sofrer o desprezo dos outros, por depositarmos a nossa confiança nele e não nas coisas que se recomendam para “dar sorte”. Assim lemos em João 16.33: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”. Cristo nos assegura que não estaremos sós diante de destinos misteriosos e ameaçadores, mas que ele estará sempre conosco, porque ele disse: “eu estou convosco todos os dias até a consumação do século”, em Mateus 28.20.

Baseado no livro "As desgraças", de Hora Luterana.

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