O mundo, em geral, anda preocupado com a saúde econômica. Somos informados de que as bolsas de valores, onde estão aplicadas grandes quantias de dinheiro, estão instáveis e com muita desvalorização. Já se fala até em um risco de colapso em vários países. Mas o que isto tem a ver com a nossa fé cristã, ou então, o que Deus tem a nos dizer sobre este assunto em sua Palavra?
Para início de conversa convém lembrarmos que também os cristãos têm liberdade para fazerem aplicações financeiras com vistas a rendimentos futuros. Isto não está errado e não é pecado. Podemos até afirmar que é uma atitude sábia a de poupar quando Deus nos dá mais do que necessitamos. Jesus nos indica este caminho na belíssima história da multiplicação de pães e peixes quando, após alimentar mais de cinco mil pessoas, ele ordenou aos seus discípulos que recolhessem os pedaços que sobraram. Portanto, o Senhor não recomenda esbanjar quando temos de sobra, mas sim “recolher os pedaços”, ou seja, guardar. Também encontramos esta orientação na história de José. Com a interpretação do sonho de Faraó, dado a José pelo Senhor, de que haveria 7 anos de fartura seguidos de 7 anos de miséria, José deu ao Faraó um conselho muito sábio: recolher em celeiros as sobras daqueles 7 anos de fartura para que pudessem suprir as necessidades dos outros 7 anos miseráveis.
O problema, então, não está em guardar o dinheiro que nos sobra, em fazer aplicações financeiras. O “x” desta questão está na resposta há duas perguntas: “Que quantia eu devo guardar?” e “Para que propósito eu devo guardar?”
Vamos refletir com um pouco mais de calma sobre estas duas questões. Há alguns economistas que orientam as pessoas no sentido de poupar dinheiro a fim de conquistar o seu primeiro milhão. Ou seja, fazer aplicações financeiras até que a soma da conta bancária registre o estupendo 1 milhão de reais. E para que este propósito seja atingido as recomendações, geralmente, são as seguintes: quanto mais poupar mais rápido você chegará ao seu primeiro milhão: reduza a quantidade de cafezinhos, de lanchinhos e churrasquinhos, de idas ao cinema, de artigos supérfluos e sem necessidade urgente, entre outras coisas. Aqueles que seguem estes conselhos esquecem de viver o presente pois se abstém de quase tudo e ficam sonhando com um futuro onde terão dinheiro suficiente para fazer todas estas coisas.
Neste sentido também podemos citar aquelas pessoas que decidem sair do Brasil para trabalhar em outros países com o objetivo de juntar dinheiro, fazer um “pé de meia”, e depois de alguns anos retornar. Nesta ânsia, ou ganância, por juntar dinheiro deixam o convívio familiar e se limitam a comprar apenas o necessário para poupar o quanto mais.
Na outra questão, sobre o propósito para guardar, aqueles que seguem esta filosofia desejam ficar ricos: chegar a 1 milhão de reais. Que propósito é esse? A Palavra de Deus nos orienta a guardar o dinheiro que nos sobra e não desperdiçá-lo para dois grandes propósitos: o de satisfazer a nós mesmos caso tenhamos alguma necessidade futura e o de termos condições com o que acudir o próximo necessitado. Em hipótese alguma a orientação de Deus é “guarde para que você fique rico”.
A humanidade, em geral, não sabe o que é viver o contentamento com aquilo que Deus lhe dá. O mundo vive numa busca cega em desejar sempre mais. Nada está bom. A ganância de cada um de nós fez com que hoje em dia “o ter” se tornasse mais importante do que “o ser”. É a onda do consumismo que substituiu a nobre frase de Descastes “penso, logo existo”, pelo “consumo, logo existo”.
Para onde este estilo de vida nos levará? Caro leitor, reflita sobre as suas atitudes com relação ao seu dinheiro. Gastar tudo o que se ganha não é uma atitude sábia, assim como guardar tudo também não é. Se você está agindo de maneira imprópria com as suas economias, está na hora de pedir perdão a Deus e corrigir as suas faltas. Pense nisso. Que Deus lhe abençoe e lhe dê saberia também nesta questão.
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