Quem é que nunca sentiu medo em
determinado momento de sua vida? Em uma situação de extremo perigo, por
exemplo. Ou então, medo do futuro, medo de não ser aceito ou compreendido, medo
de não ser aprovado em um teste, medo de que alguma doença lhe atinja?
O dicionário Aurélio trás a seguinte
definição de medo: “Sentimento de viva inquietação ante a noção de perigo real
ou imaginário, de ameaça”. O medo pode ser entendido como um sentimento natural
do ser humano, como uma reação do corpo frente a alguma situação de perigo.
Pode-se afirmar que o medo, até certa medida é algo bom, porque é um sentimento
de defesa do ser humano que o protege de situações de risco, evita que tome
decisões precipitadas e se prepare melhor diante dos desafios que estão a sua
frente.
Apesar de ser um sentimento natural,
viver constantemente com medo é anormal. O medo pode se tornar algo tão
corriqueiro que acaba escravizando as pessoas. Nesse sentido, o individuo não
se sente opto para realizar nada, pois tem medo de tudo. O medo nesta
intensidade pode ser observado, por exemplo, em cidades violentas onde as
pessoas têm medo até mesmo de sair de casa.
Outro ponto importante é que podemos ser
influenciados por outras pessoas para sentirmos mais ou menos medo. Alguém pode
nos contar uma história cheia de suspense que nos cause medo, mesmo que antes
estivéssemos perfeitamente calmos e tranqüilos. Por exemplo, se ouvimos uma
história ou assistimos a um filme de terror cuja cena acontece em um cemitério,
no dia seguinte, se passarmos por um cemitério a cena do filme ou da história
voltará a nossa mente e sentiremos medo. Nesse sentido, pessoas que assistem a
muitos telejornais que só transmitem tragédias e violências, sentirão medo numa
proporção bem maior do que aquelas que não assistiram a estes telejornais. Elas
foram influenciadas. Portanto, uma atitude saudável seria evitarmos nos
influenciar por esse tipo de mídia que só repassa histórias ruins e esquece das
histórias boas. Por outro lado, também podemos ser influenciados por outras
pessoas a sentirmos menos medo. Aqui entram os bons conselhos, as palavras
calmas e mansas, a companhia de alguém que nos transmite paz.
Podemos resumir que o sentimento de medo
em si não é um problema. O problema está no sentimento exagerado de medo.
Dependendo do caso é necessário um tratamento mais especializado com um
profissional habilitado. Entretanto, Deus tem orientações valiosas para
ensinar-nos a lidarmos com este sentimento. Em primeiro lugar, podemos dizer
que o sentimento exagerado de medo surgiu como uma conseqüência da queda em
pecado. Quando Adão e Eva desobedeceram a Deus comendo do fruto da árvore que
Deus lhes havia proibido, eles passaram a sentir medo de Deus. Lemos a
afirmação de Adão em Gênesis 3.10: “Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava
nu, tive medo, e me escondi”. Não é à toa que muitas pessoas, ainda hoje, têm
medo de Deus. Este medo existe porque essas pessoas não conhecem a Deus e não
compreendem o seu grande amor. Assim lemos em 1 João 4.18: “No amor não existe
medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento;
logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”. O sentimento exagerado de
medo só acaba de fato quando conhecemos o imenso amor de Deus por nós.
Em segundo lugar, o próprio Deus, que é
amor em sua essência, nos convida a confiarmos a ele todas as nossas
preocupações que podem nos levar ao medo, e nos informa que ele está cuidando
de cada um de nós. Em 1 Pedro 5.7 lemos: “lançando sobre ele toda a vossa
ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. O cuidado do Senhor por nós é tão
especial que até mesmo dormindo sabemos que ele está velando o nosso sono. “Em
paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazer repousar
seguro”, assim lemos no Salmo 4.8. A Bíblia também nos informa que todas as
coisas cooperam para o nosso bem, assim como lemos em Romanos 8.28: “Sabemos
que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que
são chamados segundo o seu propósito”. O Senhor nos encoraja a vivermos em
confiança na sua ajuda constante. Em Isaías 41.13 lemos: “Porque eu, o Senhor,
teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo”.
Também o Senhor Jesus nos diz em João 14.27: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos
dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se
atemorize”. Poderíamos lembrar-nos de muitas outras passagens bíblicas que nos
ensinam a viver sem medo e a confiarmos plenamente no Senhor, mas, para
finalizar, lembro de mais uma passagem bíblica. Josué, o sucessor de Moisés,
deveria conduzir o povo de Israel na entrada de Canaã, a terra prometida. Ele
sentiu medo da responsabilidade que estava assumindo. As palavras do Senhor
falaram alto ao seu coração e são válidas também para nós. Assim lemos em Josué
1.9: “Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu
Deus, é contigo por onde quer que andares”.
Pastor Leandro
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