sexta-feira, 27 de julho de 2012

Medo


Quem é que nunca sentiu medo em determinado momento de sua vida? Em uma situação de extremo perigo, por exemplo. Ou então, medo do futuro, medo de não ser aceito ou compreendido, medo de não ser aprovado em um teste, medo de que alguma doença lhe atinja?

O dicionário Aurélio trás a seguinte definição de medo: “Sentimento de viva inquietação ante a noção de perigo real ou imaginário, de ameaça”. O medo pode ser entendido como um sentimento natural do ser humano, como uma reação do corpo frente a alguma situação de perigo. Pode-se afirmar que o medo, até certa medida é algo bom, porque é um sentimento de defesa do ser humano que o protege de situações de risco, evita que tome decisões precipitadas e se prepare melhor diante dos desafios que estão a sua frente.  

Apesar de ser um sentimento natural, viver constantemente com medo é anormal. O medo pode se tornar algo tão corriqueiro que acaba escravizando as pessoas. Nesse sentido, o individuo não se sente opto para realizar nada, pois tem medo de tudo. O medo nesta intensidade pode ser observado, por exemplo, em cidades violentas onde as pessoas têm medo até mesmo de sair de casa. 

Outro ponto importante é que podemos ser influenciados por outras pessoas para sentirmos mais ou menos medo. Alguém pode nos contar uma história cheia de suspense que nos cause medo, mesmo que antes estivéssemos perfeitamente calmos e tranqüilos. Por exemplo, se ouvimos uma história ou assistimos a um filme de terror cuja cena acontece em um cemitério, no dia seguinte, se passarmos por um cemitério a cena do filme ou da história voltará a nossa mente e sentiremos medo. Nesse sentido, pessoas que assistem a muitos telejornais que só transmitem tragédias e violências, sentirão medo numa proporção bem maior do que aquelas que não assistiram a estes telejornais. Elas foram influenciadas. Portanto, uma atitude saudável seria evitarmos nos influenciar por esse tipo de mídia que só repassa histórias ruins e esquece das histórias boas. Por outro lado, também podemos ser influenciados por outras pessoas a sentirmos menos medo. Aqui entram os bons conselhos, as palavras calmas e mansas, a companhia de alguém que nos transmite paz. 

Podemos resumir que o sentimento de medo em si não é um problema. O problema está no sentimento exagerado de medo. Dependendo do caso é necessário um tratamento mais especializado com um profissional habilitado. Entretanto, Deus tem orientações valiosas para ensinar-nos a lidarmos com este sentimento. Em primeiro lugar, podemos dizer que o sentimento exagerado de medo surgiu como uma conseqüência da queda em pecado. Quando Adão e Eva desobedeceram a Deus comendo do fruto da árvore que Deus lhes havia proibido, eles passaram a sentir medo de Deus. Lemos a afirmação de Adão em Gênesis 3.10: “Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi”. Não é à toa que muitas pessoas, ainda hoje, têm medo de Deus. Este medo existe porque essas pessoas não conhecem a Deus e não compreendem o seu grande amor. Assim lemos em 1 João 4.18: “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”. O sentimento exagerado de medo só acaba de fato quando conhecemos o imenso amor de Deus por nós.

Em segundo lugar, o próprio Deus, que é amor em sua essência, nos convida a confiarmos a ele todas as nossas preocupações que podem nos levar ao medo, e nos informa que ele está cuidando de cada um de nós. Em 1 Pedro 5.7 lemos: “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. O cuidado do Senhor por nós é tão especial que até mesmo dormindo sabemos que ele está velando o nosso sono. “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazer repousar seguro”, assim lemos no Salmo 4.8. A Bíblia também nos informa que todas as coisas cooperam para o nosso bem, assim como lemos em Romanos 8.28: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. O Senhor nos encoraja a vivermos em confiança na sua ajuda constante. Em Isaías 41.13 lemos: “Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo”. Também o Senhor Jesus nos diz em João 14.27: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Poderíamos lembrar-nos de muitas outras passagens bíblicas que nos ensinam a viver sem medo e a confiarmos plenamente no Senhor, mas, para finalizar, lembro de mais uma passagem bíblica. Josué, o sucessor de Moisés, deveria conduzir o povo de Israel na entrada de Canaã, a terra prometida. Ele sentiu medo da responsabilidade que estava assumindo. As palavras do Senhor falaram alto ao seu coração e são válidas também para nós. Assim lemos em Josué 1.9: “Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares”. 

Pastor Leandro


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